O que é a dermatite, causas, sintomas e tratamento da dermatite. Todas as tipologias da dermatite, atópica, seborréica, contato, e outras.


Dermatite seborreica infantil

Dermatite seborreica infantil trata-se de um eczema mais frequente das síndromes eczematosas no período neonatal. As lesões são eritematodescamativas, pouco ou nada pruriginosas.
No couro cabeludo, as lesões são muito aderentes, de cor amarelada, constituindo a crosta láctea, escamosa, tendem a coalescer com as do eritema da dobra retroauricular.
Quando atinge os supercílios, deixa-os cobertos de escamas esbranquiçadas. Pode ocorrer o aparecimento de otite externa, quando a concha e o conduto auditivo são comprometidos. Infecções bacterianas ou fúngicas (C.albicans) constituem, muitas vezes, complicações. As lesões localizam-se preferencialmente no couro cabeludo, face, áreas intertrigionais, área das fraldas, dobras do pescoço, axilas, virilhas, interglúteos e região periumbilical, podendo ocorrer disseminação para outras áreas seborreicas.

Outras designações: dermatite seborreica do lactente.

Dermatite perioral

Dermatite perioral trata-se de uma erupção acneiforme causada pelo fungo Demodex folliculorum ou por corticoides fluorados utilizados localmente. Apresenta quadro eritematoso, com discreta descamação, pequenas pápulas e, por vezes, vesículas. Localiza-se na região perioral, deixando uma zona clara na fronteira do vermelho dos lábios.

Dermatite herpetiforme

Bulose inflamatória que apresenta erupção poliforma, eritema, bolhas e pústulas. As bolhas são tensas, aparecem em surtos sucessivos, isoladas ou acusam tendência ao agrupamento e à confluência. Surgem em pele aparentemente saudável ou sobre placas eritematosas. Contém serosidade citrina, podendo turvar-se e tornar-se hemorrágica. Ao se romperem, deixam a área exulcerada recoberta de crostas sero-hemorrágica. Regredindo, a lesão deixa “reliquat” eritematoso ou pigmentado, raramente atrófico-cicatricial. Ao lado das lesões bolhosas, notam-se ainda placas eritematosas, urticariformes, de forma oval ou circular, às quais se agrupam vesículas de caráter herpético. Associa-se ao prurido e à queimação intensa.
As lesões podem se localizar em qualquer parte do corpo, mas sobretudo no tronco e membros.
Outras designações: dermatite poliforma dolorosa, hidroa.

Dermatite factícia

Dermatose psicogênica causada por conflitos ou outros fatores mentais. É de natureza artificial, ou seja, o próprio paciente provoca as lesões, sem entretando admitir. As lesões geralmente são assimétricas e bizarras, de aparecimento repentino, e variam de queimaduras a franca necrose. A morfologia depende do objeto utilizado. As lesões localizam-se nas áreas mais acessíveis às mãos do paciente.
Outras designações: dermatite artefacta, dermatite factitia, dermatite patomímica, dermatite autofítica.

Dermatite eczematoide infecciosa

Trata-se de um eczema provocado por fungos e bactérias ou por produtos que funcionam como antígenos. As lesões geralmente apresentam bordas bem delimitadas por vesículas, que eliminam um líquido sero-purulento ao se romperem, formando áreas erosivas. Localizam-se, normalmente, ao redor de úlceras nas pernas, grandes dobras e nos pés (nesses dois lugares, quando ocorre sudorese intensa), em torno de orifícios naturais, no couro cabeludo (associado a pediculose) e ainda distantes dessas partes do corpo, devido à sensibilização. Neste último caso, trata-se de bactérides. As afecções provocadas por fungos, por sua vez, conduzem, com frequência, ao aparecimento de dermatites eczematosas. Suas lesões localizam-se nasregiões palmo-plantares e grandes dobras, podendo também surgir lesões distantes (chamadas de ides), como acontece em algumas formas de desidrose.

Dermatite de contato

Trata-se de eczema que pode ser agudo ou crônico, de intensidade variável, causado por substâncias que entram em contato com a pele, envolvendo mecanismos alérgicos ou não alérgicos. É causada mais comumente por medicações tópicas, produtos de higiene pessoal, condons, anticoncepcionais de uso local e peças de vestuário. Diversos agentes químicos, anestésicos, anti-histamínicos, cobalto, níquel, hidroquinona, dinitroclorobenzeno e resinas também podem causar a doença.
Apresenta graus variáveis de edema, eritema e vesiculação. O processo regride espontaneamente com a supressão do contato do agente causal. Qualquer área do tegumento pode ser atingida pela dermatite de contato.

Dermatite numular

Trata-se de eczema de causa ainda não bem determinada. Acredita-se que sua ocorrência possa ser predisposta pelo terreno atópico ou provocada por hipersensibilidade a estafilococo. A pele seca (xerodermina) pode também provocar o seu surgimento, assim como o estresse emocional. A presença maciça de estafilococos pode agravar sua evolução. Caracteriza-se por uma ou diversas placas vesiculosas, circulares, ovais ou em forma de moeda (numulares), eritematosa e pruriginosa, com bordas bem demarcadas. Na fase aguda apresenta exsudato-crostoso, evoluindo para estágio menos vesiculoso e mais descamativo, com clareamento da área central da lesão e extensão periférica, transformando-se em lesões anulares. Após semanas ou meses, podem surgir lesões contralaterais e até ocorrer disseminação. Tende a ser crônica. As lesões localizam-se com maior frequência nas mãos e antebraços, tronco e membros inferiores.

Dermatite esfoliativa generalizada - Sintomas e tratamento

A dermatite esfoliativa generalizada é uma inflamação grave que afeta toda a superfície cutânea e produz hiperemia e descamação intensas. Certos medicamentos (sobretudo as penicilinas, as sulfonamidas, a isoniazida, a fenitoína e os barbitúricos) podem causar a dermatite esfoliativa generalizada. Em alguns casos, trata-se de uma complicação de outras doenças da pele como, por exemplo, a dermatite atópica, a psoríase e a dermatite de contato. Certos linfomas (cânceres dos linfonodos) também podem causar dermatite esfoliativa generalizada. Em muitos casos, nenhuma causa pode ser encontrada.

Sintomas

A dermatite esfoliativa generalizada pode iniciar de forma rápida ou lenta. Toda superfície cutânea torna-se vermelha, descamativa, espessa e, às vezes, com crostas. Alguns indivíduos apresentam prurido e aumento dos linfonodos. Embora muitos apresentem febre, eles podem sentir frio porque uma grande quantidade de calor é perdida através da pele lesada. Grandes quantidades de líquido e de proteínas podem extravasar e a pele lesada é uma barreira deficiente contra as infecções.

Tratamento

O diagnóstico e tratamento precoces são importantes para evitar que a infecção e a perda de líquido e de proteínas coloquem a vida do paciente em risco. Qualquer medicamento ou substância química que possa estar causando a dermatite deve ser eliminado. Quando a causa da dermatite é um linfoma, o tratamento deste ajuda a eliminá-la. Os indivíduos com dermatite esfoliativa generalizada grave freqüentemente necessitam de hospitalização e são tratados com antibióticos (para combater a infecção), líquidos intravenosos (para repor a perda líquida através da pele) e complementos nutricionais.
O tratamento deve incluir medicações e cobertores térmicos para controlar a temperatura corpórea. Os banhos frios seguidos por aplicações de vaselina e curativos com gaze podem ajudar a proteger a pele. Os corticosteróides (p.ex., prednisona) administrados pela via oral ou intravenosa são utilizados somente quando as outras medidas não forem eficazes ou quando a doença torna-se grave.

Dermatite esfoliativa

Dermatite esfoliativa é distúrbio inflamatório da pele caracterizado por eritema e descamação envolvendo a maior parte ou a totalidade da superfície cutânea. É doença rara, com incidência de um a 71 por 100.000 pacientes dermatológicos. Sua ocorrência pode estar associada a outras doenças dermatológicas, doenças sistêmicas e, muito comumente, ao uso de drogas; no entanto, algumas vezes a causa subjacente pode não ser identificada, mesmo após extensa investigação clínica. Além disso, a dermatite esfoliativa pode estar relacionada a doenças neoplásicas, como os linfomas cutâneos de células T e a síndrome de Sézary.
Apesar dos baixos índices de mortalidade, a morbidade relacionada com a dermatite esfoliativa é considerável, por ser muitas vezes de evolução crônica, com sinais e sintomas debilitantes, como prurido e descamação intensos. Daí a importância de se tentar reconhecer a etiologia nos pacientes com dermatite esfoliativa, possibilitando intervenção mais precoce e adequada para cada caso.

Dermatite de Contato Irritante

A dermatite de contato irritante é um tipo de alergia causada pelo contato físico com o agente quimicamente abrasivo, fisicamente irritantes que causa um dano à pele.
Alguns produtos de uso comum que podem causar uma dermatite de contato irritante são detergentes de loiça, solventes, álcool, cremes, loções, pomadas, desinfetantes e outros produtos de limpeza doméstica, grama, pesticidas, colas, gasolina, óleo diesel e a poeira.
Fatores ambientais como humidade, hidratação, transpiração e temperaturas extremas são também fatores que desencadeiam mais facilmente uma reação alérgica deste tipo.
As feridas abertas, como machucados e arranhões favorecem o surgimento deste tipo de alergia, que fica restrita a esta área afetada.
A maneira mais eficaz de tratar este tipo de alergia é lavar bem o local com água e sabão e hidratá-la com um creme hidratante de uso habitual do indivíduo.

A Dermatite de Contato Alérgica

A Dermatite de Contato Alérgica (DCA) é uma dermatose inflamatória frequente, especialmente nos países industrializados, tendo grande impacto socioeconômico, sendo uma das doenças ocupacionais mais comuns. É possível realizar o diagnóstico com a história clínica e o exame clínico e, eventualmente, o exame histopatológico pode ser útil.
Os testes de contato confirmam o diagnóstico e determinam o agente responsável, sendo o método mais eficientepara este fim. O mecanismo etiopatogênico dos testes é o mesmo da DCA, corresponde a uma reação imunológica, ativada por uma substância com característica que a transforma em antígeno. Assim, supondo-se que o paciente já tenha realizado, em algum momento, a via aferente da dermatite de contato para determinado antígeno, a colocação em uma parte do corpo de substância suspeita induz a formação da via eferente por linfócitos T previamente sensibilizados, produzindo, no local da aplicação da substância, lesão clínica do tipo eczematoso.
A presença de teste positivo para determinada substância, relacionada com a história clínica do paciente, possibilita identificar as substâncias que, em contato com sua pele, podem desencadear um quadro de dermatite. Vários trabalhos publicados salientam a importância do procedimento no diagnóstico etiológico da dermatite alérgica de contato.
A eficácia de um teste epicutâneo em auxiliar no diagnóstico correto de dermatite de contato alérgica e/ou na sua etiologia depende de três fatores principais, a correta indicação da realização dos testes, a técnica de aplicação e a interpretação dos resultados obtidos.

Cuidados a ter na dermatite das fraldas

A dermatite de fralda é passageira, mas pode evoluir para uma situação mais grave. Por isso, o melhor é prevenir, recorrendo a alguns cuidados simples:
  • Troque a fralda com freqüência;
  • A cada troca lave o bumbum com água morna;
  • Evite usar lenços umedecidos que contenham álcool ou perfuma;
  • Limpe a pele com suavidade com a ajuda de uma toalha macia: sem esfregar e com toques suaves, dando especial atenção as dobras, pois é aí que se concentra a umidade;
  • Reforce a proteção com um creme ou pomada própria;
  • Evite usar talco;
    · Deixe a pele respirar: quanto mais tempo o bebê estiver sem fralda melhor;
  • Lave as mãos depois de mudar a fralda para evitar que as bactérias ou fungos passem para outras áreas do corpo ou para outras crianças.
Passageira, mas...
Estes cuidados diários são eficazes quer para prevenir, quer para aliviar a inflamação. Em geral, a dermatite melhora e desaparece ao fim de alguns dias após o início do tratamento.
Mas por vezes, os sintomas agravam-se: a pele apresenta bolhas ou fissuras, pus, ou a inflamação passa para outras áreas do corpo.
Nesse caso, o bebê deve ser encaminhado ao médico pois pode estar desenvolvendo uma infecção.

Dermatite das Fraldas - O que é e quais as causas.

É um dos problemas mais comuns na infância, afetando os bebês sobretudo até o primeiro ano de vida. Mas gestos simples a aplicar no dia-a-dia, permitem manter a pele do bumbum suave e saudável.

Vermelhos e irritados
A vermelhidão (eritema) é o primeiro sinal de que o bumbum está inflamado: a pele fica irritada, seca e macerada. É nas nádegas, genitais, nas virilhas, na região superior da coxa, nas zonas cobertas pela fralda, que a dermatite incomoda mais.
Quando a pele está irritada, o bebê fica incomodado, apresentando sensibilidade ao toque, sobretudo durante a mudança de fralda. Uma situação freqüente tanto nos meninos quanto nas meninas.

Causas: da urina a alimentação
O bumbum do bebê pode ficar inflamado nas seguintes situações:
  • Contato prolongado com a urina e as fezes: a urina acumulada na fralda libera uma substância química, a amônia, que vai destruindo a barreira natural da pele, causando vermelhidão e irritação. O mesmo efeito agressivo têm as enzimas existentes nas fezes, sobretudo em caso de diarréia. Assim, quanto mais tempo o bebê fica com a fralda molhada ou suja, maior a probabilidade de aparecer ou agravar a inflamação.
  • Introdução de novos alimentos na dieta do bebê, a partir dos quatro meses: até então, o bebê apenas se alimentava do leite, materno ou não, e os alimentos mais sólidos vão alterar o conteúdo das fezes, podendo torná-las mais agressivas para a pele do bumbum. Quando é amamentado também pode, em alguns casos, surgir dermatite se a mãe ingerir alimentos ácidos como, por exemplo, o tomate.
  • Ingestão de certos medicamentos, como antibióticos, pelo bebê ou pela mãe se está amamentando:podem perturbar o equilíbrio da pele, deixando-a vulnerável à ação de bactérias e fungos, que habitam as zonas mais úmidas e quentes do bumbum, como as dobras.
  • Alguns produtos usados na higiene do bebê ou alguns tipos de fraldas: possuem elementos muito ativos, que podem irritar a pele. A fralda apertada provoca mais atrito e também pode irritar a pele.

Dermatite seborréica

A dermatite seborréica´trata-se de uma Inflamação cutânea comum em regiões oleosas da pele. Afeta aproximadamente 3% da população com picos de incidência na infância e em pacientes idosos. Quadros severos são encontrados em pacientes com doença de Parkinson, Síndrome de Down, e outras condições neurológicas, HIV, talvez pelo aumento da secreção sebácea nesta população.
Ocasionalmente o envolvimento é restrito à orelha externa sendo a fossa escafóide, a concha e o CAE os locais mais acometidos. Porém, na maioria dos casos este acometimento é pela progressão da dermatite do couro cabeludo e face, com envolvimento de tronco, axilas e períneo.
O Quadro clínico caracteriza-se essencialmente por dor, prurido e queimação local. Ao exame, são observadas lesões circunscritas pruriginosas e eritematosas com descamação acinzentada e leitoavermelhado ou amarelado, com liquenificação.
O Diagnóstico clínico, caracteriza-se pela observação das lesões características geralmente na zona T da face, que compreende a região supraciliar e a asa do nariz.
O Tratamento é normalmente implementado através de corticosteróides e queratolíticos tópicos, geralmente com shampoos apropriados devido à concomitância de dermatite de couro cabeludo (shampoos com selênio, zinco, coaltar ou piritium).

Dermatite atópica - Diagnóstico e tratamento

A evolução e prognóstico do quadro da dermatite atópica vão depender da severidade e duração. Aproximadamente 60% dos casos iniciam-se durante o primeiro ano de vida e evoluem com exacerbações e remissões. As porcentagens de melhora variam, de forma que cerca de 40 a 60% melhoram depois de 10 a 20 anos de padecimento do quadro. Os fatores que dão prognósticos menos favoráveis são, início precoce, forma infantil severa, alergia respiratória, história familiar de atopia e sexo feminino. 30% dos pacientes desenvolvem asma e 25% rinite alérgica de forma conjunta.
O tratamento da dermatite atópica implica em muitas medidas de cunho medicamentoso e em alterações ambientais. Especialistas dizem que primeiramente se devem eliminar ou reduzir os fatores desencadeantes através de medidas gerais, com a possibilidade de utilizar terapêutica tópica ou sistêmica (uso de antialérgicos) no caso de aparecimento de lesões e complicações; e medidas gerais incluem cuidados com a pele, como lubrificação. Especialistas afirmam ainda que as lesões da pele podem ser modificadas por fatores psicológicos, infecciosos e imunológicos, de forma que a abordagem terapêutica é complexa. Entre os aspectos psicológicos a serem considerados no tratamento, são apontados uma boa relação médico-paciente-pais, a evitação de situações que provoquem ansiedade, vergonha, raiva, ressentimento e fadiga excessiva.